segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Governo "terceiriza" financiamento do Minha Casa e Pronatec

 Brasília - As duas principais vitrines eleitorais do governo Dilma Rousseff, o Minha Casa Minha Vida e o Pronatec, deixarão de ser bancadas com recursos do Tesouro Nacional em 2016.
De todas as receitas previstas para o Minha Casa Minha Vida no próximo ano, 90% deverão vir do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), fonte de recursos formada com os 8% descontados todo mês dos salários de cada trabalhador com carteira assinada. Não são, portanto, recursos públicos.
A remuneração do fundo para o trabalhador é de 3% ao ano mais Taxa Referencial (TR), muito abaixo da inflação, que já está em dois dígitos.
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"O governo pediu uma intervenção no Minha Casa Minha Vida. Agora quem paga esse programa são os trabalhadores brasileiros e isso tem de ficar claro para a população", diz Luigi Nese, representante da Confederação Nacional de Serviços (CNS) no conselho curador do FGTS.
O órgão, cuja metade dos membros é indicada pelo governo, aprovou o repasse, em setembro, até para obras em andamento, com o argumento de que era preciso salvar os empregos da indústria da construção.
Nese afirma que o FGTS vai gastar R$ 30 milhões em propaganda para informar os trabalhadores de que o dinheiro do FGTS está sendo usado, a fundo perdido, no Minha Casa.
Pronatec
Outro programa na corda bamba em 2016 se não fossem recursos privados é o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), voltado para o ensino técnico e profissional. A presidente prometeu, durante a campanha, que abriria 12 milhões de novas vagas no programa. Com os cortes no Orçamento, o governo, depois de eleito, diminuiu a meta para 5 milhões.
O Pronatec teve as receitas, formadas por recursos públicos, cortadas pelo Congresso de R$ 4 bilhões deste ano para R$ 1,6 bilhão em 2016.
Está praticamente certo que boa parte do programa será bancada pelo Sistema S, mas o valor ainda não foi definido.
Para isso, o governo vai reduzir a parcela da contribuição que as empresas são obrigadas a fazer para essas entidades, que incluem Sesi, Senai, Senac e Sebrae, para destinar a diferença ao Pronatec.

Atualmente, as alíquotas variam de 0,2% a 2,5% do faturamento. Se a redução for de 20% a 30%, a perda para as entidades ficará entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões.

Ajustes
No Minha Casa Minha Vida, que tem a terceira fase sendo anunciada pela presidente Dilma desde a campanha eleitoral do ano passado, a previsão inicial do orçamento de 2016 era R$ 15,5 bilhões.
Mas o forte ajuste nas contas públicas levou governo e Congresso a passarem a tesoura em R$ 8,6 bilhões para fechar o próximo ano no azul.
Com isso, sobraram apenas R$ 6,9 bilhões. Se o MCMV contasse apenas com esses recursos, haveria um redução forte no ritmo de execução das obras e adiamento de novas contratações - como de fato ocorreu este ano.
A salvação do programa, que é chamariz para o governo em ano de eleições municipais, foi recorrer ao FGTS.
O orçamento aprovado do fundo para o MCMV em 2016 é de R$ 60,7 bilhões. Até este ano, o FGTS só era usado no programa para bancar descontos e juros subsidiados dos financiamentos de famílias com renda de até R$ 6,5 mil - as chamadas faixas 2 e 3.
Agora, porém, o Fundo passou a arcar com as obras das moradias direcionadas às famílias com renda mais baixa, de até R$ 1,8 mil mensais.
Nesse caso, porém, os recursos são aplicados a fundo perdido, ou seja, não voltam para o fundo. Para 2016, foram aprovados R$ 4,8 bilhões para pagar as casas destinadas a esse público de baixa renda. O conselho curador autorizou o FGTS a custear até 60% do valor do imóvel em 2016 - o limite é de R$ 45 mil por moradia.
Também foi criada uma nova faixa, batizada de "faixa 1,5" com recursos do FGTS. Famílias com renda mensal de até R$ 2.350 terão subsídios de até R$ 45 mil na aquisição do imóvel com juros de 5% ao ano.
Bolsa Família
Apesar das ameaças, o Bolsa Família saiu ileso aos cortes dos programas sociais em 2016.
O orçamento de R$ 28 bilhões do programa de transferência de renda foi mantido à custa da redução da meta de economia que o governo precisa fazer para o chamado superávit primário, pagamento dos juros da dívida pública - de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 0,5%.

Essa foi uma das derrotas que pavimentaram a saída do ministro da Fazenda Joaquim Levy. Ele defendia a meta de superávit de 0,7% do PIB mesmo que isso significasse corte no programa criado no governo PT.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Vale a pena fazer um plano de previdência para o meu filho?





Dúvida do internauta: Tenho um filho de 18 anos e gostaria de contratar um plano de previdência privada com um aporte de 5 mil reais para ajudá-lo no futuro. No atual cenário econômico, gostaria de saber se esse investimento vale a pena ou se é melhor escolher outro tipo de aplicação?

Resposta de Fernando Meibak*

Os produtos de previdência são bons, mas desde que tenham custos competitivos e adequados para um plano de longo prazo.

O principal custo desses planos é a taxa de administração, que incide sobre todo o patrimônio aplicado no produto financeiro. Essa taxa é indicada em percentual ao ano e costuma oscilar entre 1% e 2%. Nesses planos também pode ser cobrada uma taxa de carregamento, que incide sobre cada aporte mensal e, em alguns casos, também no resgate dos valores.

Costumo recomendar planos de previdência que cobrem, no máximo, 1% ao ano de taxa de administração e isentem os investidores da taxa de carregamento.

Nesse caso, um produto que indico é o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL). Esse tipo de plano tem alguns benefícios tributários, como o adiamento do pagamento de imposto até o limite de 12% da renda bruta, por exemplo. Ao escolher essa modalidade de investimento, é importante optar pelo regime regressivo do Imposto de Renda, que atinge a alíquota de 10% sobre o resgate ou renda dos recursos aplicados depois de dez anos.

Outra alternativa que recomendo a você é adquirir títulos do Tesouro Nacional indexados à inflação. Esses títulos rendem juros elevados atualmente, acima de 7% ao ano mais a inflação (IPCA), um rendimento que considero excelente. O ideal é que as aplicações sejam feitas todos os meses. Dessa forma, será possível construir uma carteira de títulos que refletirá essas taxas ao longo do tempo.

Os títulos Tesouro IPCA+ são os mais indicados para o seu propósito porque têm prazos de vencimentos longos, em 2024, 2035 e 2050. Como seu filho tem 18 anos e presumo que o seu objetivo seja de longo prazo, para ajudar seu filho a garantir a aposentadoria, você pode escolher títulos com o vencimento mais longo, em 2050.

Não vejo risco de perda dos recursos aplicados em títulos do Tesouro Nacional. Por princípio e definição esse investimento tem o menor risco de crédito da economia. Além disso, o programa permite que você venda de volta os títulos ao Tesouro a qualquer momento, pelas taxas que estiverem em vigor no mercado à época.

O melhor mecanismo para compra desses títulos é por meio do sistema conhecido como Tesouro Direto. No site do programa você poderá consultar o ranking de taxas cobradas por cada instituição financeira para a compra dos títulos.

Corretoras e distribuidoras costumam oferecer custos mais competitivos do que os bancos grandes. Dê preferência àquelas que tiverem custos menores, mas também uma boa plataforma de investimento. Nesta plataforma, você poderá fazer as aquisições mensais dos títulos via smartphones, tablets ou computadores e também consultar extratos.

Não se preocupe com o risco de quebra da instituição financeira, pois seus títulos estarão em seu nome no sistema de controle do Tesouro Direto, e não aplicado na corretora.

Veja o passo a passo para começar a investir no Tesouro Direto

* Fernando Meibak é sócio da consultoria Moneyplan, ex-diretor de gestão de investimentos do ABN-Amro Real e HSBC Brasil e autor do livro “O Futuro Irá Chegar! Você Está Preparado Financeiramente para Viver até os 90 ou 100 Anos?”.

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332 milhões de celulares foram vendidos no último trimestre; Samsung domina

Ua pesquisa divulgada pelo Digitimes apontou que 331,9 milhões de smartphones foram comercializados durante o terceiro trimestre deste ano, o que significa um aumento de 10,5% em relação aos três meses anteriores. Os números divulgados indicam, ainda, um aumento de 7,7% nas vendas em comparação com 2014.

Também segundo o estudo, a Samsung dominou o mercado dos celulares no correr do trimestre avaliado: 25,6% dos telefones inteligentes vendidos levaram a marca da empresa sul-coreana – na prática, quer dizer que um em cada quatro aparelhos comercializados globo afora foi fabricado pela Sammy. A Apple foi a segunda companhia que mais vendeu smartphones (14,5%) no último trimestre. Huawei (7,4%), Lenovo (4,8%) e LG (4,5%) seguiram na terceira, quarta e quinta colocações, respectivamente.

A expectativa é de que até 396,8 milhões de celulares sejam vendidos durante o último trimestre deste ano, o que corresponde a um aumento de 20% em relação aos três meses anteriores e de 10,1% em comparação com outubro, novembro e dezembro de 2014. No total, e se levados em conta todos os meses do ano, cerca de 1,3 bilhão de smartphones deverão ser vendidos no mundo até o final de 2015.