terça-feira, 24 de maio de 2016

Dicas e macetes para não pagar as taxas abusivas dos bancos brasileiros


Aqui vai uma pergunta bem simples: você gosta do seu banco? É provável que a resposta seja “não”. Infelizmente, as instituições financeiras brasileiras são conhecidas por cobrar taxas e juros abusivos de seus correntistas, não sendo difícil encontrar um cidadão revoltado com todas aquelas cobranças inexplicáveis que aparecem em seu extrato no fim do mês.
Você vai lá na agência – sem paciência para lidar com as filas e atendentes mal-humorados –, escolhe o primeiro plano que oferecem e assina um contrato de trezentas páginas sem ler nenhuma delas. É com essa receita simples que os bancos te obrigam a assinar planos cujas mensalidades podem chegar a mais de R$ 30 por mês – parece pouco, mas são R$ 360 por ano e R$ 3,6 mil em uma década.
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O que acontece é que, na maioria das vezes, os bancos empurram um pacote recheado de serviços que você provavelmente não utilizará, como uma franquia absurda de transferências gratuitas por mês e assim por diante. Nem mesmo os planos padronizados – definidos pelo Banco Central do Brasil (Bacen) – podem não compensar, dependendo de seu perfil de utilização. A grosso modo, você vai estar praticamente doando seu dinheiro para a instituição financeira, arcando com os custos de algo que não é utilizado.

Fazendo as contas

Vamos pegar como exemplo o plano Cesta Fácil Master, oferecido pelo Bradesco. Ele permite que o correntista faça até 25 saques gratuitos a cada mês e custa R$ 33,90. Não vale a pena assinar um pacote desses se você raramente retira dinheiro da sua conta (o que é o caso de muitos cidadãos). Mesmo que o usuário faça, suponhamos, dez saques em um mês (restando assim 15 usos do serviço), o valor dessa franquia exagerada continua presente no preço mensal fixo do plano escolhido.
A não ser que você tenha necessidades bem específicas, vale mais a pena optar pelo pacote mais simples possível e pagar a taxa de uso avulso quando você precisar de algum serviço adicional (ou quando exceder a franquia). No caso, por exemplo, em vez de arcar com os custos de 15 saques que foram jogados no lixo, você pagaria ao Bradesco uma pequena taxa de R$ 2,00 nesse momento de necessidade emergencial. No fim das contas, colocando todos os números no papel, essa estratégia pode valer a pena.

Banco de graça? Existe sim!

O que muita gente não sabe é que, em 2008, o Banco Central do Brasil (Bacen) determinou que todas as instituições bancárias nacionais precisam oferecer um pacote de serviços gratuitos e essenciais para seus correntistas, permitindo que o indivíduo realize um número limitado de transações financeiras básicas sem gastar um único centavo por isso. Naturalmente, os bancos escondem essa informação a sete chaves e às vezes até tentam convencer o cliente de que tal plano não é capaz de atender suas necessidades.
Os bancos escondem essa informação a sete chaves
De acordo com a resolução nº 3.919/2010(atualização do documento original, nº 3.518/2007), quem possui uma conta corrente deve ter os seguintes direitos concedidos de forma gratuita: um cartão de débito para movimentar seu dinheiro, uma segunda via desse mesmo cartão, até quatro saques, duas transferências entre contas do mesmo banco, dois extratos com movimentações dos últimos trinta dias, consultas via internet e dez folhas de cheques (e a devida compensação dos próprios). Tais limites são mensais e usuários de conta-poupança possuem os mesmos direitos, com exceção dos cheques.
A grande questão aqui é que o próprio correntista avalie seu perfil de utilização antes de optar pelo pacote de serviços essenciais. Quatro saques por mês é o suficiente para você? Quem costuma tirar dinheiro com frequência – seja no guichê da agência em um terminal – pode não se adaptar a esse limite. Por outro lado, se você quase não faz movimentações no dinheiro armazenado em seu banco, não há motivos para dispensar essa cesta gratuita. É possível tanto abrir uma conta já nessa modalidade quanto pedir uma transferência para esse plano em questão.
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