quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Em sabatina, Janot ironiza acusação de que fez acordo com o Planalto

Procurador-geral da República participa de sabatina na CCJ do Senado.
Collor foi o primeiro senador a se acomodar no plenário para a sabatina.



Em meio à sabatina a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou "veementemente" e ironizou nesta quarta-feira (26) a acusação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que ele teria feito um acordo com o Palácio do Planalto para poupar investigados na Operação Lava Jato. O chefe do Ministério Público classificou a acusação de "factoide" e disse que, para fechar tal acerto, teria de "combinar com os russos".
Ao anunciar, no mês passado, seu rompimento com o governo federal, Cunha acusou o Planalto de ter se articulado com o procurador-geral da República para incriminá-lo na Operação Lava Jato. Na última quinta (20), Janot apresentou denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Cunha por corrupção e lavagem de dinheiro.
Em uma nota divulgada no dia da denúncia, Cunha voltou a atacar o procurador-geral, insinuando que ele havia sido “escolhido” para ser investigado pela PGR. Além disso, o peemedebista disse que com o desenrolar dos fatos, o país assistiria à comprovação da atuação do governo no episódio de sua denúncia à Suprema Corte.
"Ainda que quisesse fazer um acordo desses, teria que combinar com os russos, 20 colegas e um grupo de delegados muito preparados da Polícia Federal", ironizou.
"Eu nego, veementemente, a possibilidade de qualquer acordo que possa interferir nas investigações. Senador, há mais de 35, 36 anos, fiz opção pelo direito. Há 31 anos, fiz opção pelo Ministério Público. A essa altura da minha vida, não deixaria os trilhos da atuação técnica do Ministério Público para me embrenhar num processo que não domino e não conheço, que é o caminho da política", acrescentou o chefe do MP.
Indicado pela presidente Dilma Rousseff para mais um mandato à frente da Procuradoria Geral da República (PGR), Janot precisa, para ser mantido no cargo, ter seu nome aprovado pela CCJ do Senado e, posteriormente, pelo plenário principal da Casa.

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